sábado, 18 de junho de 2011

Quando o carro e o motorista são movidos a álcool...

O tempo passa rápido. A Lei Seca está fazendo seu terceiro aniversário e, como presente dos brasilienses, o número de motoristas flagrados dirigindo embriagados e de mortes nas vias do Distrito Federal aumentou. A lei estabelece tolerância zero para a combinação álcool e direção, mas parece que eles gostam da mistura e ainda colocam gelo nesse coquetel. Nesse semestre foram cerca de 36 condutores autuados diariamente e o número de acidentes fatais e mortes nas vias do DF aumentou 2,4% em um ano. A situação dos policiais em blitz chega a ser estapafúrdia:

-Boa noite, seu guarda!

O policial não sorriu:

-O senhor por acaso não reparou quando pedimos para você parar o carro?

Idiosmar fez uma cara de lerdo, pensou um pouco e respondeu encabulado:

-Não. Que hora foi isso?

Nesse momento o olho direito pulando sozinho do policial demonstrava seu estresse:

-A cinco minutos atrás, quando você subiu na calçada e atropelou dois pedestres - Disse encarando o infrator nos olhos.

-Ahhh, sim. Sei que hora foi. Sabe o que é? É que eu vi umas luzes piscando e um barulho sinistro. Olhei no retrovisor e vi a viatura atrás de mim. Como eu sou um motorista ético, dei logo espaço para o carro com sirene passar como aprendi na autoescola.

O policial deu um sorriso usando apenas um lado da boca. Era tudo muito irônico:

-Você quer dizer que saiu de uma pista de três faixas para dar espaço para nosso carro?

Idiosmar refletiu um pouco e afirmou com a cabeça. O policial não tinha dúvida do que se tratava:

-O senhor pode sair do carro?

Ele fez sinal para as outras viaturas e os outros seguranças abaixaram as armas. Idiosmar saiu da sua parati cambaleando. Perdeu o equilíbrio e fez um movimento brusco na direção do policial, que sacou a arma. O bêbado olhou em volta, estava cercado e todos mirando nele. Ao ver a quantidade de armas, ele abaixou a cabeça e começou a resmungar:

-Nada contra a vossa autoridade, mas não rola não. Eu não sou um saco de ar e não vou ficar assoprando esse tanto de bafômetro!

Idiosmar foi preso após tentar assoprar na arma do policial, mas a lentidão nos processos contra os infratores gera sensação de impunidade. O processo durou um ano e oito meses e está entre os 10 mil contra os condutores flagrados pelo aparelho com concentração de álcool no sangue igual ou superior a 6 decigramas por litro.

Se ele aprendeu a lição? Não. Talvez isso só acabe quando ele fazer parte dos 453 acidentes fatais e mortes nas vias do Distrito Federal. Infelizmente a gente só aprende depois que a merda já está feita.

2 comentários:

Johnny Braga disse...

Massa, kkkkkk, mais massa ainda é o IDIOSMAR, shaushaushaus

Caca disse...

É Arrisson! Parece que esta é uma lei que surtiu efeito contrário. Estamos numa selva cheia de bêbados irresponsáveis e leis maneiras. Abraços. Paz e bem.