Eu faço algumas loucuras que depois até eu me espanto com a proporção que toma. Encontrei no final de semana passado uma professora minha da 6ª série e, mesmo estando no vermelho, comecei a admirar minha vida novamente. Quando eu tive a ideia de escrever um livro no ensino médio nunca imaginei-me em tal patamar. Sorri ao encontrar-me e percebe que não me reconhecia. Meu espírito se encheu de curiosidade e perguntei-me sem hesitar:
-E então? O que você acha que estará fazendo daqui a cinco anos?
Me olhei meio desconfiado. Não era muito de falar com estranhos, mesmo se tratando de alguém que conhecia:
-Quero está cheio da grana.
Sorri desconcertado, estava apenas com uns trocados no bolso para pagar a passagem de volta para o futuro:
-Isso você vai conseguir com muita luta. Não é impossível... O que mais? O que mais você acha que terá daqui a cinco anos?
-Vou ter um mulherão do lado - Falei com malícia no olhar.
Cocei a cabeça já desanimado com meu contexto futurístico, mas não desanimei:
-E o que mais? Vamos. Diga algo mais concreto.
Eu parei e pensei um pouco. Imaginava algo além das possibilidades fisicamente possíveis:
-Vou ser quem eu quiser, quando quiser. Vai ser legal.
O teatro permitiria isso. Nada era impossível. Vi uma apostila em minha mão e percebi o potencial contido em suas páginas. Ele reparou minha curiosidade:
-Tem outra coisa que quero ver daqui a cinco anos: Meu livro publicado - Disse estendendo a apostila em minha direção.
-Não é uma coisa fácil, rapaz. É um projeto audacioso.
Ele sorriu:
-Estou preparado para correr atrás desse sonho.
Aquele espírito aventureiro me faria ver aquele livro publicado anos depois. Me faria chegar na Bienal Internacional de São Paulo. Me motivaria a fazer uma campanha e arrecadar dinheiro com a venda de livros para me inscrever no Prêmio Jabuti. Olhei para o relógio e me despedi apressado. Fiquei tanto tempo pensando no passado que quase perdi o expresso para o futuro. Minha imaginação é um passaporte que me permite viajar pelo tempo.
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