domingo, 24 de junho de 2012

Meu anjo da guarda aqui na terra...

Estava curioso para ver do que se tratava. Aquela mulher digitando naquela máquina de escrever. Poemas que nunca foram publicados, mas que ganhavam vida a cada tecla apertada. Lembro-me de ilustrar o livro, com desenhos que hoje abro um sorriso ao olhar. Foi ali que nasceu o desejo. Foi ali que nasceu a curiosidade extrema. 

Sempre fui fã do humor, mas foi nas páginas de um livro do Luis Fernando Veríssimo que encontrei uma estrutura sólida. Aquela construção, será que conseguiria criar algo do gênero? Peguei uma folha e comecei a escrever sobre temas que faziam parte do meu cotidiano. Mostrei para ela, o sorriso estampado que apresentou enquanto lia revelou que o texto estava aprovado. Segui os passos que ela andou. Juntei vários textos, escrevi, alterei... Em um laboratório na escola e na biblioteca pública digitava os textos. Publicados em um blog de poucas visualizações, mas de diversos elogios.

Aos poucos, aquele blog se tornara pouco. Precisava expandir. Fiz como ela, enviei os textos para uma editora. Talvez fosse apenas um efeito compulsivo da aceitação dos leitores e comentários. Horas antes do lançamento, lembro-me de deitar na grama e olhar para o céu. Como se ainda não acreditasse. Como se não soubesse qual era o limite. Sentia medo de me afogar na praia. Sentia ansiedade, que não se desmanchavam como as nuvens. Após uma homenagem, peguei o microfone com as mãos frias. Olhei para aquela mulher que tanto confiou no meu trabalho. Lá estava ela, sentada me olhando com orgulho, como sempre fez questão de não esconder. Era hora do show. Era a hora de mostrar o porquê. De jogar as cartas. De finalizar o xeque-mate.

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