É muito gratificante os depoimentos e histórias que circundam o universo literário. Uma senhora muito humilde, por exemplo, revelou durante uma palestra motivacional na instituição que trabalho que estava muito depressiva por conta do tratamento contra o câncer do filho. Dei um livro para ela. Um presente simples, mas que sua situação financeira certamente não proporcionaria.
Hoje a reencontrei e ouvi algo que está na minha cabeça até agora. Eu sabia que ela ia gostar da leitura, mas me surpreendi quando ela disse que leu o livro duas vezes em um pouco mais de uma semana e que agora o filho adolescente imitava sua ação.
Isso me levantou uma questão que alavancou outra: para quem nós escrevemos? Qual é o objetivo do escritor? Talvez seja ficar rico, afinal vivemos no mercado estruturado da literatura. Talvez seja questão de status ou ego, que não deixa de ser uma razão louvável. Mas uma coisa todos nós concordamos: escrevemos para sermos devorados. Queremos expor opiniões, descobertas, conhecimento ou simplesmente entreter mentes aflitas. Queremos ser lidos até a última página. Queremos deixar uma marca no leitor. Queremos mudar realidades e conceitos.
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