domingo, 1 de dezembro de 2013

Imagens que nunca esqueci...


Quando estava na faculdade, fui apresentado a uma série de reportagens sobre fome e me apaixonei. Tratava-se de uma premiada obra jornalística produzida por Marcelo Canellas, que foi ao ar no programa Fantástico, da TV Globo. Além de ser um grande exemplo de jornalismo investigativo, as matérias me mostraram que existia um lado humano nas porcentagens divulgadas pelos jornais. Me coloquei no lugar de pessoas que não conhecia e me comovi ao ponto de chorar ao lado de outros alunos da turma. Nunca esqueceria desse jornalista de valores tão visíveis.

O tempo passou, publiquei o meu segundo livro e participei da 31ª Feira do Livro de Brasília. Para minha surpresa, vi o nome desse grande jornalista na programação do evento e fiquei triste, pois tinha sido convidado para um bate-papo no mesmo horário sobre narrativas curtas. Para minha surpresa, ao chegar no espaço onde aconteceria o debate, deparei com ele: Marcelo Canellas. Descobri que se tratava do mesmo debate literário. Já era uma honra participar da mesma mesa que ele, mas a vida reservava outra surpresa: fui o mediador do bate-papo, que contou ainda com o escritor Rubens Neco e com um dos jornalistas que mais admirava pelo papel social que exercia.

Seu livro, publicado a poucas semanas, já era grandioso para mim sem sequer ter aberto suas páginas. Trabalho na assessoria de uma ONG por gostar desse lado solidário e foi incrível conhecer um pouco mais daquele cronista do Rio Grande do Sul. Os votos que fiz na formatura demonstram o que aprendi com o exemplo de profissionais como o Marcelo Canellas: sou jornalista para os outros e não para mim.

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