Assumo que não sou muito fã de livros de poema. Apesar de gostar muito do gênero, é difícil encontrar um livro que não caia na mesmice. Gosto de poesias de amor, mas acho que elas precisam ter um diferencial ou um contexto, que é difícil de encontrar nos livros atuais. Não gosto de histórias prontas. Adoro o enigmático, que te faz analisar para entender os versos...
E foi exatamente isso que eu encontrei no livro "No vou mais lavar os pratos", da atriz e escritora Cristiane Sobral. Já no título, experimentei a curiosidade extrema que me impulsionou a abrir o livro. O nome retrata o primeiro texto da obra, que tive a honra de presencia-la encenando. Aquela moça no palco deu vida às palavras e rimas, prendendo minha atenção. Ao analisar a cena, percebe-se que se trata de um mergulho no período da escravidão.
Temas do cotidiano e da vida íntima ganham destaque nos versos, como fazer brigadeiro ou seu cabelo Black. Até a apresentação escrita por Nicolas Behr desperta o desejo de prosseguir a leitura. Só não entendi bem a arte da capa, que os pratos lembram aquela pintura do relógio de Dalí...
Enfim, encerro com um trecho do livro: "Ainda não somos livres / Favela é senzala". Infelizmente a Cristiane está certa. Ainda somos escravos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário